CELEBRANDO A PALAVRA
04/06/2018
– 9º Semana do Tempo Comum
Segunda-feira
2 Pd 1,2-7;
Sl 90 (91);
A
primeira leitura, extraída da carta de São Pedro, apresenta as promessas
preciosas de Jesus para os seus discípulos, tornando-os em natureza divina,
após terem alcançado a libertação da concupiscência do mundo.
É
necessário que esse discípulo (e todos nós) dediquemos todo esforço para juntar
à fé a virtude, à virtude o conhecimento,
ao conhecimento o autodomínio, ao
autodomínio a perseverança, à
perseverança a piedade e à piedade o
amor fraterno, ao amor fraterno a caridade.
A fé
que afirmamos possuir, o acreditar deve se manifestar pela demonstração de
nosso comportamento, através das virtudes que orientam o nosso comportamento.
Esse
comportamento virtuoso é alcançado pelo conhecimento que temos de Deus, de seus
planos para nossa vida e isso nos possibilita alcançarmos o autodomínio, pois
conhecendo o que Ele quer para nós, podemos frear os nossos impulsos.
Esse
autodomínio, esse controle de si próprio, deve aliar-se à perseverança, ou
seja, deve ser constante, não deve sofrer ruptura.
A
perseverança é aliada à piedade, pois devemos ser pessoas piedosas, ou seja,
ter piedade das pessoas, se compadecer com aquele que sofre e, também, ser
pessoas que estão ligadas sinceramente ao culto religioso, por respeito às
coisas sagradas.
A
piedade cristã deve não somente ficar no sentimento de compaixão com quem
sofre, mas partir para uma ação prática na vida daquele irmão sofredor, devemos
socorrê-lo, pois o amor fraterno é um sentimento de que compartilhamos das
mesmas dores, mas estamos na acolhida.
Esse
amor fraterno, esse amor sem medida, esse dar-se ao outro constitui na prática
da caridade, que não somente busca atender às dificuldades materiais, mas
também, e principalmente, as necessidades e dificuldades espirituais. O bom
conselho, o abraço fraterno, o afeto, a escuta e a preocupação com o outro são
alguns gestos que externam o amor fraterno e a caridade.
Jesus
demonstrou todos esses gestos conosco como se referem os evangelhos. Em Marcos
12,1-12, por meio de uma parábola Ele nos relata como os maus trabalhadores da
vinha se comportaram, matando a uns emissários do dono da vinha, batendo em
outros.
O
máximo de suas maldades, ganâncias e ambições chegou ao cume com a morte do
filho do dono da vinha e para a pergunta de Jesus acerca do que faria o dono da
vinha após tudo isso só tem uma resposta: exterminar com os maus lavradores.
Seguindo-se
à destruição do mal, fará a entrega da vinha a outros que soubessem administrar
com obediência e sem o sentimento de exploração dos primeiros.
Deus,
representado pelo dono da vinha. Jesus, na pessoa do filho do dono, violentado
e morto. Os profetas que vieram anteriormente. Os trabalhadores da vinha, representados
pelos sacerdotes israelitas, fariseus e doutores da lei. Tudo se encaixa na
história da salvação.
A
vinha entregue a outros povos pode ser compreendida como a tarefa de
evangelização confiada a outros povos e a vinha é a evangelização, mas é,
também, o irmão que nos foi confiado para que cuidássemos dele e deixássemos de
lado o desejo de explorá-lo, de oprimi-lo.
A
rejeição ao filho do dono da vinha – Jesus, a pedra angular, tornada a pedra
principal possibilita o acesso de outros à salvação, os excluídos entre os
israelitas acabam por alcançar a misericórdia, acabam por ser abraçados,
acolhidos pelo Senhor, que veio para os que estavam “perdidos”.
Assim,
o projeto de salvação alcança os oprimidos, os desvalidos, os que só tem a Deus
como refúgio e proteção, como diz o Salmo 90 (91), 15a: “ao invocar-me hei de
ouvi-lo e atende-lo, a seu lado eu estarei em suas dores”.
É esse
socorro do Senhor para os que sofrem que nós cristãos devemos representar em
nossa vida terrena, por todas aquelas qualidades que devemos possuir, conforme
foram citadas na carta de Pedro: fé, virtude,
conhecimento, autodomínio, perseverança,
piedade, amor fraterno e caridade.
Irmãos
e irmãs, peçamos ao Senhor da messe que desenvolvamos essas qualidades e que
possamos colocá-las todas a serviço de sua vinha.
Comunidade de Nª Sª da Divina Providência
Paróquia de Guadalupe, Ananindeua-PA.
Ronaldo Braga Charlet
Ministro da Palavra
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